Não, já decidi. Não vou me perder em outros corpos, outros gostos, outros amores, outros dias. Eu ainda insisto em viver os nossos dias. Aqueles que me recordo todos os dias. Eu ainda insisto em ouvir sua voz me chamando, mesmo sabendo que é só minha cabeça me torturando. Eu ainda insisto em ouvir as suas músicas, visitar os seus lugares, ver suas fotos, ler suas mensagens.
E você que já me esqueceu... E o seu sentimento que já morreu e foi enterrado há milhas daqui. E o meu amor? O que eu faço com ele? Transformo em cor e pinto as paredes do meu quarto? Seria bordô. Um vermelho meio sujo, um amor quase puro, manchado com algumas falhas nossas.
E toda noite nós comemorávamos o quão certo teria sido o dia. O quanto demonstramos e fomos e sentimos e fizemos. O quanto teria sido lindo estarmos em nossa companhia.
O que você fez com isso? Embrulhou em algum jornal e colocou na caixa de coisas velhas que você precisa dar? Pintou as paredes do seu quarto com as nossas lembranças? E o que eu faço com as minhas lembranças? Mastigo até virarem resto de nada, e engulo a seco como faço sempre que te vejo sem mim? Deixo escorrerem pela água da torneira?
Me diz, me livra disso tudo.
Você que sempre me salvou, hoje me derrota. E mal sabe disso tudo.
Mal sabe como minhas pernas bambeam quando te vejo de longe, seu andar esquisito e seu sorriso que não te deixa negar que já me superou. Mal sabe como eu fico quando ouço alguma música que me lembra você, tremula e desajeitada, rapidamente mudo o rádio de estação. Mal sabe como meu amor ainda permanece intacto, puro, ingênuo.
Eu sei, eu sei. E sinto todos os dias.
Como dói ter que passar por isso. Ver quem a gente ama passando pela gente e quase gritando "esquece, é passado e você não me faz falta". Amei o texto, tri massa. ♥
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