Minha querida Bobbie...
Escrevo cartas e envio-as pelo vento. Talvez caiam no colo de alguém que as leia.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Ao contrário do que muitos acham, eu admiro e aceito a distância.
Sem elas a maioria dos relacionamentos não dariam certo. Sim, foi exatamente isso que eu disse. Imaginem vocês, vendo seus namorados todos os dias, todas as horas, e fazendo tudo juntinho. Seria lindo, né? Mas não por muito tempo. Tudo que é doce demais enjoa. Tudo que é em excesso cansa. E é exatamente por isso que eu sou a favor da distância.
Ela floresce sentimentos, tortura na saudade, aperta o coração. Mas na hora do reencontro tudo se compensa, tudo se confere. E cada reencontro é um momento pra aproveitar de novo, e de novo, e mais uma vez. Nunca se sabe se você vai ficar uma, duas ou três semanas sem olhar aqueles olhos, ouvir aquela risada que te faz sorrir ao lembrar...
A distância tem um poder enorme sobre os sentimentos. Tudo o que for verdadeiro vai sobreviver a distância e ao tempo. Não adianta você criar mil e uma listinhas mentais para explicar a morte do que se tinha, é simples, o que é realmente verdadeiro permanece intacto.
Em alguns casos a distância consegue ser muito mais agradável do que parece. Acreditem.
O que mantém nossa atenção presa é aquilo que ainda não foi conquistado por nós. Pessoas gostam do que não tem. Pessoas gostam da conquista, querem sempre dar um passo a frente, abrir uma porta nova. Qual é a graça de abrir e reabrir todos os dias a mesma porta? O que você vai encontrar lá dentro não vai se remanejar de uma noite para outra. Leva um tempo até criar pó e precisar de alguém para lustrar toda aquela mobília. E essa é a graça da distância. Ela é a total espera do que vem pela frente. É a expectativa difundida na saudade. É o renovar, o re-usar, o re-amar. Tudo o que você já viu atrás daquela porta sempre vai ter um sabor diferente a cada vez que você reabrir.
Essa é a linha tênue que separa os pontos de vista. A distância pode maltratar, mas quando superada só encanta.
— Victória Campos
quinta-feira, 15 de março de 2012
Não, já decidi. Não vou me perder em outros corpos, outros gostos, outros amores, outros dias. Eu ainda insisto em viver os nossos dias. Aqueles que me recordo todos os dias. Eu ainda insisto em ouvir sua voz me chamando, mesmo sabendo que é só minha cabeça me torturando. Eu ainda insisto em ouvir as suas músicas, visitar os seus lugares, ver suas fotos, ler suas mensagens.
E você que já me esqueceu... E o seu sentimento que já morreu e foi enterrado há milhas daqui. E o meu amor? O que eu faço com ele? Transformo em cor e pinto as paredes do meu quarto? Seria bordô. Um vermelho meio sujo, um amor quase puro, manchado com algumas falhas nossas.
E toda noite nós comemorávamos o quão certo teria sido o dia. O quanto demonstramos e fomos e sentimos e fizemos. O quanto teria sido lindo estarmos em nossa companhia.
O que você fez com isso? Embrulhou em algum jornal e colocou na caixa de coisas velhas que você precisa dar? Pintou as paredes do seu quarto com as nossas lembranças? E o que eu faço com as minhas lembranças? Mastigo até virarem resto de nada, e engulo a seco como faço sempre que te vejo sem mim? Deixo escorrerem pela água da torneira?
Me diz, me livra disso tudo.
Você que sempre me salvou, hoje me derrota. E mal sabe disso tudo.
Mal sabe como minhas pernas bambeam quando te vejo de longe, seu andar esquisito e seu sorriso que não te deixa negar que já me superou. Mal sabe como eu fico quando ouço alguma música que me lembra você, tremula e desajeitada, rapidamente mudo o rádio de estação. Mal sabe como meu amor ainda permanece intacto, puro, ingênuo.
Eu sei, eu sei. E sinto todos os dias.
E você que já me esqueceu... E o seu sentimento que já morreu e foi enterrado há milhas daqui. E o meu amor? O que eu faço com ele? Transformo em cor e pinto as paredes do meu quarto? Seria bordô. Um vermelho meio sujo, um amor quase puro, manchado com algumas falhas nossas.
E toda noite nós comemorávamos o quão certo teria sido o dia. O quanto demonstramos e fomos e sentimos e fizemos. O quanto teria sido lindo estarmos em nossa companhia.
O que você fez com isso? Embrulhou em algum jornal e colocou na caixa de coisas velhas que você precisa dar? Pintou as paredes do seu quarto com as nossas lembranças? E o que eu faço com as minhas lembranças? Mastigo até virarem resto de nada, e engulo a seco como faço sempre que te vejo sem mim? Deixo escorrerem pela água da torneira?
Me diz, me livra disso tudo.
Você que sempre me salvou, hoje me derrota. E mal sabe disso tudo.
Mal sabe como minhas pernas bambeam quando te vejo de longe, seu andar esquisito e seu sorriso que não te deixa negar que já me superou. Mal sabe como eu fico quando ouço alguma música que me lembra você, tremula e desajeitada, rapidamente mudo o rádio de estação. Mal sabe como meu amor ainda permanece intacto, puro, ingênuo.
Eu sei, eu sei. E sinto todos os dias.
Anjo protetor, uma forma discreta de falar sobre o amor...
Vai caindo a tarde e eu me recordo onde estaríamos. Não fisicamente, falo de alma. A minha estaria cuidando de ti onde quer que estivéssemos. Na verdade não estaria... Está.
Eu cuido de ti mesmo sem o seu consentimento. Sou menina teimosa. Quero te cuidar ontem, hoje e todos os seus dias. Quero te proteger - mesmo que incapaz - de tudo que pode te atingir ou te machucar de alguma forma.
Virei seu anjo, é isso.
Uma força espiritual tão grande capaz de conectar-me a ti sem que saiba, ainda que assim sinta, questionando-se que arrepio é esse que te dá sempre que sente essa brisa entre seus braços.
Não te peço que seja fiel a teu anjo. Poderás procurar abrigo em outro coração, conforto em outros abraços, confiança em outros olhares.
Não te peço reciprocidade. Aceito cuidar-lhe mesmo que de longe, mesmo sem consentimento, sem troca, sem amor, sem carinho, sem presença. Só o oco que ficou desde que partistes dos meus braços.
Não te cobro nada, só me prometa uma coisa... Quando seus pensamentos se rodearem de energias negativas, quando tudo o que estiver ao seu alcance for pouco demais, quando duvidarem da sua capacidade e da sua vontade, lembre-se: ainda tens seu anjo protetor. E os anjos costumam permanecer lado a lado - mesmo que invisível aos olhos - por toda a vida.
Eu cuido de ti mesmo sem o seu consentimento. Sou menina teimosa. Quero te cuidar ontem, hoje e todos os seus dias. Quero te proteger - mesmo que incapaz - de tudo que pode te atingir ou te machucar de alguma forma.
Virei seu anjo, é isso.
Uma força espiritual tão grande capaz de conectar-me a ti sem que saiba, ainda que assim sinta, questionando-se que arrepio é esse que te dá sempre que sente essa brisa entre seus braços.
Não te peço que seja fiel a teu anjo. Poderás procurar abrigo em outro coração, conforto em outros abraços, confiança em outros olhares.
Não te peço reciprocidade. Aceito cuidar-lhe mesmo que de longe, mesmo sem consentimento, sem troca, sem amor, sem carinho, sem presença. Só o oco que ficou desde que partistes dos meus braços.
Não te cobro nada, só me prometa uma coisa... Quando seus pensamentos se rodearem de energias negativas, quando tudo o que estiver ao seu alcance for pouco demais, quando duvidarem da sua capacidade e da sua vontade, lembre-se: ainda tens seu anjo protetor. E os anjos costumam permanecer lado a lado - mesmo que invisível aos olhos - por toda a vida.
sexta-feira, 9 de março de 2012
Te acalma menina, ele não foi o primeiro nem vai ser o último. Não vai ser o único a pegar na sua mão e te fazer sentir o mundo todo indo ao chão, porque aquilo tudo é lindo, ele é lindo. Ele não vai ser o último cara que vai sorrir com os olhos e fazer o mundo inteiro valer a pena. Não vai ser o último a te deixar com as pernas bambas depois de um beijo, muito menos o último a querer te beijar.
Virão muitos, irão muitos. E assim como agora, seu mundo vai desabar em cada despedida. Pode chorar, é muito mais que natural você chorar como se tivesse perdido seu braço direito. Só não se esqueça que isso tudo passa, e quando passar você vai florescer de novo. Seu coração vai voltar a sentir todas aquelas primeiras sensações com a próxima pessoa que vai te abalar. É normal menina, tudo isso vai passar também. Enquanto não passa, pode chorar, esbravejar, esperniar, dizer que tudo é nada sem ele - aquele velho clichê -, morrer por dentro mas continuar em pé sem que ninguém perceba que te falta metade. E com o tempo, essa metade vai reaparecer e tu vai estar completa de novo menina, novinha em folha, feito papel que acabou de sair da máquina.
Sem esses aprendizados, essas cicatrizes no coração -pensarás daqui uns anos- eu não seria tão forte como eu sou hoje.
Virão muitos, irão muitos. E assim como agora, seu mundo vai desabar em cada despedida. Pode chorar, é muito mais que natural você chorar como se tivesse perdido seu braço direito. Só não se esqueça que isso tudo passa, e quando passar você vai florescer de novo. Seu coração vai voltar a sentir todas aquelas primeiras sensações com a próxima pessoa que vai te abalar. É normal menina, tudo isso vai passar também. Enquanto não passa, pode chorar, esbravejar, esperniar, dizer que tudo é nada sem ele - aquele velho clichê -, morrer por dentro mas continuar em pé sem que ninguém perceba que te falta metade. E com o tempo, essa metade vai reaparecer e tu vai estar completa de novo menina, novinha em folha, feito papel que acabou de sair da máquina.
Sem esses aprendizados, essas cicatrizes no coração -pensarás daqui uns anos- eu não seria tão forte como eu sou hoje.
quinta-feira, 8 de março de 2012
E olhava desesperançosamente para a porta, como se por ali fosse entrar a qualquer momento a esperança. Um bucado de esperança que lhe encheria o peito com tal felicidade perdida no passado.
Olhava chorosa para o carro pela janela da sala e pensava que não havia nada mais desesperançoso que esperar alguma resposta. Esperar alguma mudança, alguma palavra, alguma emoção, algum sorriso... Nem que fosse uma briga que viesse acompanhada de reconciliação depois.
Esperar... Nós vivemos esperando. Espero que amanhã não chova. Espero que amanhã não tenha transito. Espero que amanhã não faça tanto calor como nos últimos dias. Espero que as roupas do varal sequem. Espero que não tenha muita louça na pia. Espero que ele me ligue e diga que sentiu minha falta esses anos todos. Espero que essa tempestade passe e não volte por um bom tempo...
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Olha, eu estou lhe escrevendo apenas para lembrar como éramos juntos. Como sorríamos a cada conquista, seja minha ou sua. Como você me olhava com aquela cara de "fica mais um pouco" sempre que eu dizia estar na hora de ir pra casa.
Olha, eu sei que os caminhos nem sempre são largos, e por eles só cabe a uma pessoa trilhar. As coisas - por mais que não seja de nossa vontade - não seguem o roteiro fantasioso da nossa mente.
Olha, eu sinto sua falta. Eu sinto falta daquele sorriso de lado e procuro ele todos os dias em qualquer pessoa no metrô, no ônibus lotado, nos corredores dos shoppings. Sinto falta dos seus braços em volta da minha cintura. Seu andar esquisito que me fazia sorrir quando via de longe. Suas mãos sempre quentes que me lembravam aquela frase que diz "mãos quentes, coração frio" e eu sempre discordara disso depois de tocar nas suas. Seu cabelo sempre arrumado que eu insistia em bagunçar e seu nariz pontudo.
Sempre vou lembrar dessas coisas, porque o que foi bonito fica com toda força dentro de mim. E permanece em tudo. Na cabeça, na memória, no coração. No toque. Nos lábios. Na saliva. Na doçura que permanece no fundo dos olhos. E nada disso vai se esfarelar com o tempo e as marcas que nascem dia após dia. Como um quadro do Picasso, vai ser protegido e guardado aqui dentro.
Olha, eu sei que os caminhos nem sempre são largos, e por eles só cabe a uma pessoa trilhar. As coisas - por mais que não seja de nossa vontade - não seguem o roteiro fantasioso da nossa mente.
Olha, eu sinto sua falta. Eu sinto falta daquele sorriso de lado e procuro ele todos os dias em qualquer pessoa no metrô, no ônibus lotado, nos corredores dos shoppings. Sinto falta dos seus braços em volta da minha cintura. Seu andar esquisito que me fazia sorrir quando via de longe. Suas mãos sempre quentes que me lembravam aquela frase que diz "mãos quentes, coração frio" e eu sempre discordara disso depois de tocar nas suas. Seu cabelo sempre arrumado que eu insistia em bagunçar e seu nariz pontudo.
Sempre vou lembrar dessas coisas, porque o que foi bonito fica com toda força dentro de mim. E permanece em tudo. Na cabeça, na memória, no coração. No toque. Nos lábios. Na saliva. Na doçura que permanece no fundo dos olhos. E nada disso vai se esfarelar com o tempo e as marcas que nascem dia após dia. Como um quadro do Picasso, vai ser protegido e guardado aqui dentro.
Sabe quando você cansa de tanto cansar? Cansa de cansar das pessoas, das atitudes, das mesmas brigas, dos mesmos motivos, das mesmas histórias. Cansar cansa infinitamente. E isso dá uma canseira imensurável. Você não tem vontade de fazer mais nada, só continuar deitada vegetando na cama por dias, quem sabe meses. E você pensa que vai levantar e as coisas vão mudar sozinhas, de uma semana pra outra. E vão mesmo, o mundo continua girando e as coisas continuam mudando, posições se invertem e valores se perdem.
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